Quase dois meses depois de desmarcar uma visita aos Estados Unidos em razão das denúncias de espionagem ao governo brasileiro, Dilma Rousseff falou sobre o episódio e citou que a situação gerou um impasse. Em uma entrevista para o Grupo RBS na manhã desta quarta-feira (6), a presidente afirmou que um pedido de desculpas seria necessário para que uma nova data fosse agendada.
Dilma ainda afirmou que ela e o presidente Obama poderiam ser expostos ao "constrangimento" de uma nova denúncia.
Em seguida, ela afirmou que as relações comerciais e diplomáticas com os EUA não foram interrompidas. "Não há interrupção de nenhum nível das relações tradicionais entre o Brasil e os EUA. Agora não é possível que entre países amigos com relações estratégicas não se leve em consideração o fato de que não é possível espionar a presidente, assim como a primeira-ministra. Não é adequado", reforçou.
Dilma afirmou que os dois casos são diferentes. "No caso da denúncia de espionagem não só contra o Brasil mas contra os outros países é o seguinte fato. Você violou não só e-mails privados, ligações telefônicas, violou a internet, violou a privacidade. E não foi só de chefes de estado, mas de indivíduos e de empresas. E dentro de um processo que não tem muita justificativa de luta contra o terrorismo", disse, citando outros países que foram alvo de espionagem, como Alemanha e França.
Ela ainda afirma que acredita que a culpa pelo impasse não é do presidente Obama. “Acho que o presidente Obama ficou bastante constrangido. Não acredito que a ele possa se atribuir a responsabilidade por nós não termos feito a viagem. Mas deve-se ao fato que como não é só comigo, não era só o Brasil, não era possível eles fazerem um tratamento específico para o Brasil. Eles teriam que fazer para todas as nações amigas. Pessoalmente, eu percebi que ele sentia muito, percebi que ele compreendia e percebi também que não é uma questão pessoal entre dois chefes de estado. É uma questão política entre dois países”.
Em abril, Dilma esteve em Porto Alegre para cumprir agenda e lembrou a obra. "A continuidade será coroada com a nova ponte do Guaíba para que haja condições e infraestrutura logística adequadas para o estado", declarou.
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